
Das múltiplas e distintas análises a efectuar com o resultado Brexit no Referendo no UK, uma muito pragmática é a implicação de como ficará a representatividade e distribuição no Parlamento Europeu. Com esta decisão o PE terá menos 73 membros e o impacto principal será ao nível da relevância percentual dos países que permanecem e dos grupos parlamentares existentes, sendo que nestes os impactos são também de existência. Isto partindo do pressuposto que o Parlamento ficará com menos 73 membros. Pois os países, em conjunto, podem decidir uma redistribuição. Mas vejamos os cenários independentemente do que acontece aos 73 lugares.
Saindo o UK, naturalmente que a Alemanha, França e Itália verão reforçada a sua influência. E ganham relevância Espanha, Polónia e Roménia. Saibam eles gerir a sua forma de estar e as suas relações com outros países.
Mas mais interessante, é a análise das consequências no arranjo dos grupos parlamentares. O PPE (onde estão PSD e CDS) não perde qualquer membro, vendo a sua relevância aumentar. É aliás o que alarga mais percentualmente. O S&D (onde está o PS) perde muito em quantidade, 20 membros, mas % sobrevive, com ligeiro decréscimo. O ECR (que não tem membros portugueses) é o que mais sofre, dos europeístas. Em quantidade são tantos como no S&D, mas no global reduzem a sua relevância em 21%. Será que este grupo sobrevive? Verá membros a fugir para outros grupos? O ALDE (onde estão Marinho e Pinto e o MPT) é um dos grandes beneficiados. Agora e, talvez, no futuro. Perdem um membro, mas a sua relevância aumenta quase 10% e afirma-se como 3º grupo no Parlamento Europeu, o que tanto procurava, dando consistência assim à relevância que já assumia em outras instituições, como o Conselho Europeu. O GUE/NGL (onde estão PCP e Bloco) tem impactos similares ao ALDE. Perde apenas um membro e vê aumentar a sua relevância em quase 9%. Os Verdes (sem portugueses) perde 6 membros e também relevância %. O EFDD só não é o grande derrotado, pois os seus membros, onde se destaca Farage, são anti Europa. Mas em números os impactos são tremendos. Perdem praticamente metade dos seus membros. E ficando reduzidos a 24 ficam impossibilitados de se manter como grupo parlamentar. O que acontecerá a estes deputados que ficam? Juntar-se-ão a outro grupo? Ou conseguirão ir “pescar” membros a outros grupos ou aos independentes? O ENF (o grupo criado por Marie Le Pen) poderia ser o porto de abrigo. Este grupo perde apenas um membro e vê aumentar sua relevância em quase 8%.
E no final, nas somas dos grupos e seus membros, quando chegar o momento de votações, especialmente as que carecem de maioria? Esse resultado é alcançado hoje aos 376. Num cenário da saída dos 73, chega-se à maioria aos 340. E fazendo arranjos e somas ao centro, ao centro-esquerda, ao centro-direita, conclui-se que neste momento o “centrão” que tem governado a europa acaba por ver reforçada a necessidade de se encontrarem. É que arranjos e somas de centro-esquerda ou centro-direita não totalizam os 340.
Interessantes serão os tempos em Bruxelas.
Saindo o UK, naturalmente que a Alemanha, França e Itália verão reforçada a sua influência. E ganham relevância Espanha, Polónia e Roménia. Saibam eles gerir a sua forma de estar e as suas relações com outros países.
Mas mais interessante, é a análise das consequências no arranjo dos grupos parlamentares. O PPE (onde estão PSD e CDS) não perde qualquer membro, vendo a sua relevância aumentar. É aliás o que alarga mais percentualmente. O S&D (onde está o PS) perde muito em quantidade, 20 membros, mas % sobrevive, com ligeiro decréscimo. O ECR (que não tem membros portugueses) é o que mais sofre, dos europeístas. Em quantidade são tantos como no S&D, mas no global reduzem a sua relevância em 21%. Será que este grupo sobrevive? Verá membros a fugir para outros grupos? O ALDE (onde estão Marinho e Pinto e o MPT) é um dos grandes beneficiados. Agora e, talvez, no futuro. Perdem um membro, mas a sua relevância aumenta quase 10% e afirma-se como 3º grupo no Parlamento Europeu, o que tanto procurava, dando consistência assim à relevância que já assumia em outras instituições, como o Conselho Europeu. O GUE/NGL (onde estão PCP e Bloco) tem impactos similares ao ALDE. Perde apenas um membro e vê aumentar a sua relevância em quase 9%. Os Verdes (sem portugueses) perde 6 membros e também relevância %. O EFDD só não é o grande derrotado, pois os seus membros, onde se destaca Farage, são anti Europa. Mas em números os impactos são tremendos. Perdem praticamente metade dos seus membros. E ficando reduzidos a 24 ficam impossibilitados de se manter como grupo parlamentar. O que acontecerá a estes deputados que ficam? Juntar-se-ão a outro grupo? Ou conseguirão ir “pescar” membros a outros grupos ou aos independentes? O ENF (o grupo criado por Marie Le Pen) poderia ser o porto de abrigo. Este grupo perde apenas um membro e vê aumentar sua relevância em quase 8%.
E no final, nas somas dos grupos e seus membros, quando chegar o momento de votações, especialmente as que carecem de maioria? Esse resultado é alcançado hoje aos 376. Num cenário da saída dos 73, chega-se à maioria aos 340. E fazendo arranjos e somas ao centro, ao centro-esquerda, ao centro-direita, conclui-se que neste momento o “centrão” que tem governado a europa acaba por ver reforçada a necessidade de se encontrarem. É que arranjos e somas de centro-esquerda ou centro-direita não totalizam os 340.
Interessantes serão os tempos em Bruxelas.
| (dados recolhidos e compilados pela FleishmanHillard Brussels: fleishman-hillard.eu/ )|
Rodrigo Saraiva
Consultor de Comunicação